Trump pode proibir Harvard de matricular alunos internacionais?

23/05/20253 minutos de leitura
Trump pode proibir Harvard de matricular alunos internacionais?

O anúncio feito pelo governo dos Estados Unidos no dia 22 de maio causou uma enorme preocupação entre estudantes internacionais do mundo todo — especialmente aqueles que planejavam estudar em Harvard ou em outras universidades de ponta dos EUA.

A administração Trump anunciou a intenção de cancelar a certificação de Harvard no SEVP (Student and Exchange Visitor Program), programa que permite que instituições de ensino recebam alunos estrangeiros. Se essa decisão for adiante, Harvard ficaria impedida de matricular estudantes internacionais. A medida parece ter motivação política, refletindo tensões recentes entre o governo federal e a liderança da universidade.

A notícia gerou muitas dúvidas e inseguranças entre estudantes e famílias, mas há razões importantes para manter a calma e continuar esperançosos. Aqui está o que sabemos até agora:

1. Harvard está reagindo rapidamente

Mesmo tendo sido pega de surpresa, Harvard se posicionou com firmeza. Em nota pública, a universidade declarou:

"Estamos totalmente comprometidos em manter a capacidade de Harvard de acolher nossos estudantes e pesquisadores internacionais, que vêm de mais de 140 países e enriquecem imensamente a universidade — e este país."

A universidade também afirmou que está “trabalhando com agilidade para oferecer orientações e apoio”. A mensagem é clara: proteger seus alunos internacionais é uma prioridade.

2. Harvard tem força — e recursos — para lutar

Com um fundo patrimonial de mais de 50 bilhões de dólares, Harvard é uma das instituições acadêmicas mais ricas e influentes do mundo. Mais do que recursos financeiros, a universidade tem um histórico de defender sua autonomia e seus valores diante de pressões políticas. E desta vez não será diferente.

3. Harvard considera a medida ilegal — e tem um argumento jurídico sólido

A universidade já entrou com um processo contra a administração Trump, alegando que a decisão fere a Constituição dos EUA e viola a Lei de Procedimento Administrativo, que protege contra abusos de poder por parte de agências federais.

Vale lembrar que essa não é a primeira tentativa de restringir a presença de estudantes estrangeiros nas universidades americanas. Em maio de 2025, uma medida semelhante foi revertida após forte pressão legal e da opinião pública. Casos como esse mostram que ações politizadas tendem a ser barradas nos tribunais — principalmente quando enfrentam instituições tão fortes como Harvard.

4. Harvard não está sozinha

Universidades como MIT, Yale, Stanford e Princeton historicamente apoiam Harvard em momentos de crise e disputas judiciais. Essas instituições têm se mostrado defensoras dos estudantes internacionais, e tudo indica que vão se posicionar publicamente mais uma vez — oferecendo apoio, recursos e possíveis caminhos alternativos para quem for afetado.

O que esperar daqui pra frente

Ainda é cedo e a situação está em constante evolução, mas uma coisa é certa: Harvard já deixou claro que vai lutar. A história e o apoio de outras instituições apontam para grandes chances de reversão. E os estudantes internacionais têm, sim, uma rede de apoio — dentro de Harvard, entre suas universidades parceiras e na comunidade educacional como um todo.

A Crimson está acompanhando todos os desdobramentos e continuará atualizando estudantes e famílias à medida que surgirem novidades. Por enquanto, é importante saber que o assunto está sendo tratado com seriedade — e que as instituições envolvidas estão bem preparadas para reagir.